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domingo, 11 de setembro de 2011

Chile - 11 de Setembro de 1973


Bombardeamento do Palácio de La Moneda - Chile (11 Set. 1973)

Este é o 11 de Setembro de que quase ninguém fala mas que está, de certeza, bem vivo na memória do povo chileno. Por isso mesmo é importante que não deixemos que apaguem esta memória. A nossa Memória também se faz com a Memória dos outros. Visitem esta página:

Chile - 11 de Setembro de 1973


No dia 11 de Setembro de 1973 um golpe de estado sangrento, comandado pelo general Augusto Pinochet, derrubou o Presidente da República, Salvador Allende, democraticamente eleito três anos antes.

Durante os 17 anos que durou a ditadura de Pinochet foram brutalmente assassinadas 3.197 pessoas (este número inclui 49 crianças de 2 a 16 anos e 126 mulheres, algumas delas grávidas). O número de desaparecidos ainda hoje não está completamente apurado.


Foi desta maneira que Ary dos Santos homenageou o povo e os mártires do Chile:

Homenagem ao Povo do Chile

Foram não sei quantos mil

operários trabalhadores

mulheres ardinas pedreiros

jovens poetas cantores

camponeses e mineiros

foram não sei quantos mil

que tombaram pelo Chile

morrendo de corpo inteiro.


Nas suas almas abertas

traziam o sol da esperança

e nas duas mãos desertas

uma pátria ainda criança.


Gritavam Neruda Allende

davam vivas ao Partido

que é a chama que se acende

no povo jamais vencido.

- o povo nunca se rende

mesmo quando morre unido.


Foram não sei quantos mil

operários trabalhadores

mulheres ardinas pedreiros

jovens poetas cantores

camponeses e mineiros

foram não sei quantos mil

que tombaram pelo Chile

morrendo de corpo inteiro.


Alguns traziam no rosto

um rictus de fogo e dor

fogo vivo fogo posto

pelas mãos do opressor.

Outros traziam os olhos

rasos de silêncio e água

maré-viva de quem passa

uma vida à beira-mágoa.


Foram não sei quantos mil

operários trabalhadores

mulheres ardinas pedreiros

jovens poetas cantores

camponeses e mineiros

foram não sei quantos mil

que tombaram pelo Chile

morrendo de corpo inteiro.


Mas não termina em si próprio

quem morre de pé. Vencido

é aquele que tentar

separar o povo unido.

Por isso os que ontem caíram

levantam de novo a voz.

Mortos são os que traíram

e vivos ficamos nós.


Foram não sei quantos mil

operários trabalhadores

mulheres ardinas pedreiros

jovens poetas cantores

camponeses e mineiros

foram não sei quantos mil

que nasceram para o Chile

morrendo de corpo inteiro.

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