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sexta-feira, 9 de abril de 2010


Poema de amor nocturno

Jorge Carrasco




Porém te contagiastes de mim, o prova minhas sinuosas setas,
postas como corrediças de ouro trêmulos em tuas costas,
tuas moitas abertas para encontrar o ninho morno:
eu procuro tua cavidade para morrer na sombra que supura.
Escolhe, amada, minha última estocada, dei adeus a tua vida
em três minutos, morre, morre de uma vez
abaixo do meu leite fervente, sob o esquecimento
de quem neste segundo solta um imenso gemido de guitarra.
Vamos, pois, prepara o suspiro, o grito
que te salva do sufoco imemorial, o vibrar
ondulante que fere todos os ares, todas as formas,
tudo o que cai no tremor e não regressa.
Vamos, usa tua língua como escudo, na correnteza
dos insetos escapados de teus membros:
aqui vai um suspiro eivado com milhares de espadas
de meu orgulhoso centro ao encontro de teu centro suplicante.

2 comentários:

sonho disse...

Vamos, usa tua língua como escudo, na correnteza
dos insetos escapados de teus membros:
aqui vai um suspiro eivado com milhares de espadas...supiros...d'anjo...
Doce beijo d'anjo em ti

sonho disse...

Desejo te um fim de semana...cheio de sol...
Doce beijo d'anjo