Seguidores

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Nuno Judice

 

Foto: Bill Brandt












No seu corpo 
de gazela correm como sensações 
doentes e as vigílias de 
um prazer antigo. E pedestal 
que a despertem, que 
a voz do desejo de novo 
a chame e a fachada saltar 
muros, colinas e montanhas 
até se encontrar com 
o luminoso horizonte 
de um abraço. E ouve o apelo 
do amado: “Despe-te como os figos 
se despem da sua pele, e 
dá-me o teu fruto para que 
o saboreie até ao fundo.” 
Então, oferece-lhe a sua boca 
para que nela se cumpra
a promessa de uma flor.


Nuno Judice

Sem comentários: