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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Eugénio de Andrade

 POEMA PARA SOPHIA

Não sei porque floriram no meu rosto
os olhos e os versos que há em ti.
Floriram por acaso, ao sol de agosto,
sem mesmo haver agosto ou sol em mim.
Não sei porque floriram: se o orvalho os queima…
(Ponho as mãos nos olhos para os proteger!)
Tão estranho!: florirem no meu rosto
olhos e versos que não posso ver.

Eugénio de Andrade





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